A Mesa Redonda Regional da UNEP FI para a América Latina e o Caribe foi realizada virtualmente de 31 de agosto a 2 de setembro de 2021 e deu as boas-vindas a mais de 1100 participantes e mais de 40 palestrantes para ajudar a definir o papel dos bancos, seguros e investimentos na formulação de estratégias ambiciosas para abordar a transição para um futuro de baixo carbono, inclusivo e sustentável. Todas as sessões foram realizadas em espanhol e português, com algumas sessões também em inglês.

A Mesa Redonda começou com uma discussão sobre tornar o sistema financeiro mais verde do ponto de vista regulatório. Os painelistas discutiram o papel dos reguladores na criação de protocolos verdes que normalizam a integração do risco climático, das metas de biodiversidade e do risco social na tomada de decisões do setor financeiro. Eles destacaram a importância de criar leis e marcos regulatórios que busquem proteger o meio ambiente e ajudar as instituições financeiras a alinhar suas agendas às metas ambientais. Isso inclui a concepção de ferramentas e mecanismos para incentivar o esverdeamento do sistema financeiro, como títulos verdes, relatórios de sustentabilidade e processos de divulgação, entre outros. O painel destacou a importância de os reguladores colaborarem com diferentes atores financeiros e educar o setor financeiro sobre questões de sustentabilidade, fornecendo dados sobre métricas de sustentabilidade e, ao mesmo tempo, fazer recomendações ao setor financeiro para cumprir suas metas ambientais.

No sentido horário, a partir do canto superior esquerdo: Diego Herrera Falla, Chefe de Setor da Divisão de Conectividade, Mercados e Finanças, BID; Ricardo Eyer Harris, Conselheiro para o Vice-Presidente de Regulação, Banco Central do Brasil; Mariana Escobar, Head do Grupo de Trabalho para Sustainable Finance, Superintendência Financeira da Colômbia; Marcos Mancini, Conselheiro Sênior de Finanças Sustentáveis, UNDP

Na sessão seguinte, três CEOs de bancos e seguros da região discutiram os desafios e oportunidades que o setor financeiro enfrenta na América Latina e no Caribe para atingir metas líquidas de net-zero. O painel destacou os diferentes marcos regulatórios em vigor que visam ajudar as intuições financeiras a cumprir esses objetivos, ao mesmo tempo que discutiu a validade e eficácia de novas políticas públicas, definição de metas e risco climático. Eles também contextualizaram os desafios específicos para a América Latina e o Caribe a partir de outros esforços net-zero em todo o mundo, ao mesmo tempo destacando as oportunidades de negócios na região.

No sentido horário, a partir do canto superior esquerdo: Edson Franco, CEO, Zurich Brasil; Martín Ezequiel Zarich, CEO, BBVA, Argentina; Maria Eugenia Sosa Taborda, Coordinadora de América Latina y el Caribe, UNEP FI; Octavio de Lazari Jr., CEO, Bradesco

O primeiro dia da Mesa Redonda terminou com uma sessão focada em diferentes instrumentos de dados usados ​​para analisar riscos ESG para atores financeiros. Os membros do painel forneceram uma visão geral dos processos de integração ESG de suas diferentes organizações, até que ponto eles integram o uso de dados nos processos de tomada de decisão e as estratégias gerais de ESG e sustentabilidade que suas instituições usam. Eles destacaram alguns dos obstáculos que existem no uso de dados para lidar com os riscos ESG, incluindo a falta de cobertura, a oportunidade para a obtenção dos dados, a falta de dados “acionáveis” e a necessidade de mais profissionais com conhecimento técnico para trabalhar os dados disponíveis.

No sentido horário, a partir do canto superior esquerdo: Cesar Sanches, Superintendente de Sustenibilidad, B3; Rafaella Dortas, Head de ESG, BTG Pactual; Gabriel Cecchini, Conselheiro de ESG, América Latina, RepRisk; Alejandro Martinez Feres, Chefe de Investimentos, Citibanamex

O dia seguinte da Mesa Redonda começou com um painel analisando o mapeamento da próxima década de finanças oceânicas e da Economia Azul Sustentável. Os membros do painel enfatizaram a importância da economia azul como provedora de serviços ecossistêmicos essenciais, ao mesmo tempo em que identificaram os riscos relacionados ao clima contra os quais é necessária proteção. Eles discutiram como o setor financeiro desempenha um papel na integração da economia azul por meio do financiamento de projetos de restauração, mecanismos de seguro para proteger os recursos do oceano e a integração de práticas azuis nos instrumentos existentes, enquanto desenvolve novos mecanismos financeiros para melhor proteger a saúde do oceano. Eles enfatizaram a necessidade urgente de colaboração do setor público-privado, dados mais sólidos para a tomada de decisões, estruturas globais, bem como diretrizes para o desenvolvimento de investimentos para estimular a atividade na economia azul que gerem retornos para os atores financeiros.

No sentido horário, a partir do canto superior esquerdo: Valeria Ramundo Orlando, Cofundadora e Sócio-Administradora, Greensquare Ventures; Milagros Rivas Saiz,Chefe de Soluções Consultivas, BID Invest; Dennis Fritsch, Coordenador de Programa, Iniciativa Financeira de Economia Azul, UNEP FI; Ray Klien, Head do Grupo de Investment Banking, Republic Bank; Melissa Garvey, Diretora Global, Proteção Oceânica, The Nature Conservancy

O próximo painel enfocou o alinhamento de portfólios e a definição de metas para atender às metas de natureza e biodiversidade. As discussões giraram em torno de estratégias para integrar o capital natural aos sistemas financeiros. Isso inclui ajudar as instituições financeiras na mudança para modelos de negócios que integram práticas sustentáveis, enquanto fornece financiamento para projetos que fazem a transição para modelos econômicos que incorporam a proteção da biodiversidade e se alinham com os ODS. Os membros do painel enfatizaram que a colaboração com os clientes os ajuda a identificar e gerenciar constantemente os riscos por meio de indicadores de monitoramento, e a implementação de sistemas robustos de gestão de riscos constrói uma compreensão do impacto e conformidade com a legislação ambiental. Eles concordaram que oportunidades de financiamento combinadas, linhas de crédito verdes e recompensas devem estar disponíveis para aqueles que buscam proteger a biodiversidade, a fim de encorajar a criação e transição oportuna para uma economia regenerativa.

De cima para baixo: Antonio Wills Wiesner, Associado de Assistência Técnica, eco.business Fund; Juan Camilo Barreneche, Consultor de Economia e Finanças + Uso de Solo e REDD para América Latina, UNEP; Paula Peirão, Gerente de Parcerias, The Nature Conservancy; José Pugas, Sócio e Head de ESG e Agronegócio, JGP Crédito; Gerardo Salazar Viezca, Diretor Geral de Gestão de Riscos e Crédito, Grupo Financeiro Banorte

O painel final do segundo dia explorou o papel das instituições financeiras no financiamento de uma economia circular. O painel explicou em primeiro lugar as principais características de uma economia circular, nomeadamente garantir que o valor dos recursos naturais não diminua à medida que se move ao longo das cadeias de produção e a redução dos resíduos. Eles destacaram como as instituições financeiras podem mostrar liderança na transição para um modelo circular que incentiva a sustentabilidade. Eles também enfatizaram os clientes desafiadores, demonstrando as oportunidades disponíveis na transição para a economia circular e fornecendo financiamento mais consistente para aqueles que tentam promover um modelo de negócios circular, inclusive na forma de créditos disponíveis e novos produtos e inovações. Um ponto chave que eles enfatizaram é o papel das instituições financeiras, com a ajuda da assistência regulatória, como um elo de ligação entre os diferentes atores ao longo da cadeia produtiva por meio de financiamento para otimizar o fluxo de recursos.

No sentido horário, a partir do canto superior esquerdo: Ignacio Sánchez, Oficial de Eficiência de Recursos, UNEP; Teresa Rossi, Coordenadora de Projetos, Instituto Escolhas; Franco Piza, Chefe da Área de Sustentabilidade, Bancolombia; Amalia Sangüeza-Pardo, Superintendente de Sustentabilidade, Santander

O terceiro dia da Mesa Redonda começou com uma sessão sobre promoção da saúde financeira e inclusão para uma sociedade resiliente. Os painelistas discutiram a importância de fazer da inclusão financeira e da saúde um objetivo comercial central para as instituições financeiras na política e na supervisão, visto que são vitais para cumprir os ODS e, ao mesmo tempo, garantir que os excluídos do sistema financeiro tenham oportunidades iguais. Eles discutiram o fechamento das lacunas de financiamento e a expansão das ofertas e serviços financeiros, garantindo melhor acesso a taxas mais justas, contratos flexíveis e maior proteção ao consumidor com o desenvolvimento social sustentável e uma economia verde em mente. O painel destacou a importância de promover a inclusão financeira por meio da educação, das parcerias público-privadas, do compartilhamento de dados, da ajuda de reguladores e da tecnologia na difusão dessas informações.

No sentido horário, a partir do canto superior esquerdo: Rachael Mpashi-Marx, Gerente de Projetos, UNEP FI; Amaury Oliva, Diretor de Sustentabilidade, Cidadania Financeira, Relações Consumeristas e Autorregulação, Febraban; Ivani Andrade, Superintendente de Sustentabilidade, Bradesco Seguros; David Gray, Gerente de Sustentabilidade e Comunicação, Banco Pichincha; Pia Tayag, Diretora do Escritório, Promotora Especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para Finanças Inclusivas para o Desenvolvimento(UNSGSA)

Continuando com o tema da inclusão financeira, a próxima sessão abordou o alinhamento das metas de gênero e igualdade com as estruturas internacionais. O painel discutiu o papel do setor financeiro na criação e oferta de produtos e serviços às mulheres para eliminar a lacuna de gênero. Os palestrantes explicaram por que a igualdade de gênero é importante para suas respectivas organizações e a importância de desagregar os dados. Eles destacaram a importância de incluir mulheres de baixa renda, um grupo muitas vezes esquecido pelo setor financeiro, no sistema financeiro para fornecer-lhes melhores oportunidades. O painel também destacou as inovações necessárias para que as instituições financeiras avancem na redução da lacuna de gênero e igualdade.

No sentido horário, a partir do canto superior esquerdo: Maria Eugenia Sosa Taborda, Coordenadora para América Latina e Caribe, UNEP FI; Rebecca Ruf, Vice-Presidente Executiva, Programas, Financial Alliance for Women; Tania Tamariz, Gerente de Governança Corporativa, Banco Guayaquil; Cintia Camargo, Diretora de Crédito PJ, Itaú Unibanco

A sessão final da Mesa Redonda Regional da América Latina e Caribe focou na promoção do acesso ao seguro e em usá-lo para cumprir os ODS. Os painelistas forneceram seus pontos de vista sobre os principais desafios e oportunidades na indústria quando se trata de alinhar seus produtos e serviços para garantir uma cobertura inclusiva e, ao mesmo tempo, cumprir os ODS. Eles enfatizaram o papel do setor de seguros em ajudar a combater diferentes crises, como a COVID-19 e as mudanças climáticas. Finalmente, eles discutiram a expansão da cobertura de seguro para pequenas e médias empresas e o que as seguradoras podem fazer para fornecer ofertas relevantes de gestão de risco climático.

No sentido horário, a partir do canto superior esquerdo: Diana Díaz, Supervisora de Programa, Princípios para Sustentabilidade em Seguros(PSI), UNEP; Alejandra Díaz Agudelo,  Diretora de Sustentabilidade, Seguros Bolívar; Tomás Carmona, Superintendente de Sustentabilidade, SulAmérica Seguros; Enrique Hederra – Gerente de Estratégia, Desenvolvimento e Pessoas, AVLA